Com retração de 0,4% em abril, setor varejista sente os efeitos de crédito caro e consumo mais seletivo

O recuo de 0,4% nas vendas do varejo em abril acende um alerta para o setor. Após o desempenho recorde de março, o resultado negativo revela o impacto de um cenário econômico ainda instável, marcado pela Selic elevada e pelos preços que continuam pesando no orçamento das famílias. A consequência direta é um consumidor mais cauteloso, que prioriza o essencial e posterga decisões de compra, afetando especialmente os segmentos que dependem do desejo, como moda e esportes.
Nesse cenário, não basta apostar apenas em promoções. O novo consumidor está mais atento, exigente e consciente de onde e por que consome. Para as marcas, o desafio é construir uma proposta de valor verdadeira — que vá além do preço — e que dialogue com propósito, performance e uma experiência integrada entre o online e o físico. A desaceleração do consumo, mesmo com o crescimento de 4,8% na comparação anual, exige respostas rápidas e estratégicas.
Quem entender esse novo comportamento e ajustar sua rota com agilidade poderá sair na frente na retomada futura. O ciclo mudou — e quem ficar parado corre o risco de ser deixado para trás.



