Com uma das maiores produtoras de cacau do país economizando R$100 mil ao ano, o setor rural aposta na tecnologia para reduzir custos e emissões de carbono
A energia solar vem ganhando espaço como alternativa eficiente para impulsionar o agronegócio no Brasil, conciliando produção e sustentabilidade. Representando 23,2% do PIB, o setor encontra nos painéis fotovoltaicos uma solução para reduzir custos e minimizar impactos ambientais. Um exemplo de sucesso é a Agrícola Cantagalo, em Itabuna, sul da Bahia, que após instalar uma usina solar, passou a economizar cerca de R$100 mil por ano na conta de energia elétrica, evitando a emissão de 439 toneladas de CO2.
Dados da Aneel e da Absolar indicam que o setor rural já representa 13,1% da potência instalada no país, com investimentos superiores a R$1,7 bilhão apenas em 2020. A energia solar atende desde irrigação até maquinário, trazendo independência ao produtor diante das tarifas e falhas no fornecimento. Apesar dos avanços, a expansão ainda esbarra na falta de investimentos em redes de distribuição, como alerta Marcos Rêgo, presidente da Associação Baiana de Energia Solar (ABS), que aponta um retorno financeiro entre dois e quatro anos para projetos do segmento.
Além da economia, a ABS destaca a importância da capacitação profissional para consolidar o mercado. Em parceria com a Prefeitura de Salvador, a associação já formou mais de 230 instaladores solares, com taxa de empregabilidade de 70%. Fundada em 2018, a ABS atua na representação das empresas do setor, oferecendo suporte técnico, jurídico e fortalecendo o associativismo na Bahia.