Em meio a desafios do excesso de telas, educadores buscam novas formas de reconectar as crianças ao prazer de aprender
Na era da hiperconexão e do excesso de estímulos digitais, o papel do professor ganha ainda mais relevância e complexidade. Estudos recentes apontam que o tempo prolongado diante das telas tem gerado nas crianças dificuldades de atenção, baixa tolerância à frustração e aumento de sintomas de ansiedade. O reflexo aparece nas salas de aula: alunos mais dispersos, menor engajamento e queda na concentração em atividades contínuas.
Para a psicopedagoga Larissa Machado, diretora do Colégio São Paulo, unidade Tempo de Criança, ensinar hoje é um desafio que exige sensibilidade e inovação. “A chamada ‘geração ansiosa’ trouxe novos dilemas à educação. O professor precisa criar estratégias criativas e significativas para despertar o interesse e reconectar as crianças ao prazer de aprender. Ensinar é promover experiências que restauram a curiosidade, o foco e a empatia, estimulando também o desenvolvimento cognitivo e emocional”, explica.
Larissa reforça que o brincar deve ser valorizado como caminho essencial para o desenvolvimento integral, e que a tecnologia, quando usada com propósito pedagógico, pode ser uma poderosa aliada. “O olhar crítico e sensível do professor é o que dá sentido ao uso das ferramentas digitais. Ele ensina a transformar informação em conhecimento e a usar os recursos tecnológicos para criar, e não apenas consumir”, completa.
Neste Dia do Professor, a reflexão reforça o papel do educador como agente de transformação e esperança, capaz de formar crianças mais criativas, empáticas e emocionalmente saudáveis em um mundo que não para de acelerar.