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Psicóloga alerta para sinais de luto patológico

Nos últimos meses diversas famílias tiveram que lidar com a dor de perder um ente querido e o luto foi uma experiência amplamente compartilhada. No entanto, esse processo natural da vida, também pode se transformar numa experiência patológica, como explica a psicóloga e professora da UNIFACS, Anni de Novaes Carneiro. 


Foto Divulgação


 

O luto é experienciado por perdas reaiscomo a de entes queridos, ou simbólicas, como a perda de projetos, desejos, fantasias. No entanto, todos esses tipos são considerados ‘normais’. O luto patológico é caracterizado por uma experiência intensa e crônica da tristeza, que gera uma paralisação do sujeito diante da vida”, elucida 

 

Estamos tendo uma demanda enorme de falar e trabalhar o luto, em decorrência das mortes por causa do Covid-19 e seus desdobramentos, mas também por conta dos lutos simbólicos, causados pelas mudanças das rotinas e por essa experiência intensificada de perda de controle advinda com a pandemia”, afirma 

 

Fases 

Elisabeth Kübler-Ross, renomada psiquiatra suíça, aborda o tema da morte e fala sobre as fases do luto, que comumente todas as pessoas atravessam. De acordo com Anni, essas fases incluem um momento de tristeza profunda, mas que não se configura como uma experiência patológica. De acordo com a psicóloga, não existe um período definido em que o luto deva durar. “Há uma discussão grande sobre esse limiar, mas depende muito de como o sujeito vive esse luto.  

 

Ainda segundo ela, é possível identificar se uma pessoa está apresentando um quadro de luto patológico. “São pessoas que se apresentam constantemente chorosas, retomando o assunto da morte de forma muito constante e alongada, como se de fato houvesse uma paralização da experiência da perda desse ente 

 

Como lidar com o luto 

A professora defende que os processos de despedida são extremamente importantes para ajudar a lidar com o luto. Nesse processo, um psicólogo pode ser essencial. Durante o processo terapêutico, a pessoa tem a possibilidade de rememorar, de elaborar e de atualizar a experiência da perda, seja através da verbalização ou de outras técnicas possíveis de serem aplicadas que auxiliam no processo de despedida e ritualização. 

 

“Há um foco na escuta das dores dessa pessoa, que muitas vezes ela não encontra no seu entorno, seja porque as pessoas ao redor já passaram por aquela fase do luto ou porque há uma cobrança para que ela ‘resolva’ essa perda”, conta. 

 

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