O Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou uma resolução que permite o ensino remoto nas escolas públicas e particulares em todo o país até 31 de dezembro de 2021.
A flexibilização do calendário do CNE, no entanto, não significa que as aulas presenciais não deverão retornar, pontua Maria Helena Castro, relatora do texto e conselheira do CNE, e cogita ainda a possibilidade de decisões favoráveis de órgãos da Saúde para o retorno das atividades presenciais.
A Bahia está entre os quatro estados brasileiros que já havia estabelecido um prazo para o fim da suspensão das aulas presenciais na rede estadual, municipal e particular. As medidas venceriam na segunda-feira (12), mas com a prorrogação assinada pelo governador ficam em vigor até o dia 25 de outubro. O documento proposto pelo CNE prevê também que deve ser decisão dos pais ou responsáveis enviar ou não os alunos para aulas presenciais e que as avaliações passam a ser facultativas às escolas neste momento.
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Apesar da volta ser muito importante para que as pessoas possam retomar à rotina, muitos pais estão preocupados com os cuidados necessários que as crianças devem ter no período em que estiverem na escola. Angelina Oliveira, enfermeira e diretora da Padrão Enfermagem Salvador, afirma que “neste momento, é importante minimizar os riscos da transmissão do vírus, reforçando a assepsia dos ambientes, disponibilizando álcool em gel nas salas além do uso continuo de máscaras”.
As evidências sobre o impacto da Covid-19 com a reabertura das escolas ainda são limitadas, mas a experiência onde esses estabelecimentos já estão funcionando indica que o perigo não é tão alto. Porém, crianças e jovens devem evitar o risco de transmitir o vírus para os pais, avós ou mesmo professores.
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-C), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 123,5 milhões de pessoas moram em domicílios que possuem pelo menos uma pessoa com idade até 17 anos, ou seja, em idade escolar.
“Como o vírus circula facilmente e as crianças e os jovens têm mais dificuldade para evitar contato físico, é fundamental reduzir o número de alunos por sala de aula e ampliar o distanciamento entre elas, inclusive para evitar que o vírus seja levado para casa e contamine algum familiar”, explica a enfermeira.
Entre os desafios a serem enfrentados na volta às aulas presenciais, o Conselho aponta a necessidade de assegurar condições de higiene além do acesso à internet aos estudantes de baixa renda.
“Na escola, a higienização das mãos é fundamental e todos os insumos necessários para que isso ocorra, como água, sabonete, papel, papel higiênico, álcool gel, não poderão faltar em nenhum momento”, reforça Angelina Oliveira.