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Novo delegado de Periperi preza pelo respeito e parceria com a comunidade; Veja a entrevista na integra

Delegado Ricardo Amorim

Recentemente nomeado delegado titular da 5ª Delegacia Territorial (DT), em Periperi, na capital baiana, Ricardo Amorim da Silva Santos, está na linha de frente no combate a violência, pois é ele quem lida cotidianamente com as práticas criminosas e quem decide sobre o destino das pessoas que cometem crimes, além de recepcionar a sociedade que busca solucionar seus problemas, e isso inclui ainda o desafio de manter a ordem pública, principalmente nesse momento delicado decorrente da pandemia da Covid-19.

Para o titular, o trabalho eficiente, a empatia e o estudo constante ajudam a entrar nessa missão e desempenhar a boa função, seja em qualquer caso, desde os crimes de menor potencial ofensivo até os mais complexos. “Todo trabalho é importante”, destacou.

Pelo menos 11 localidades do Subúrbio Ferroviário, além da ilha são atendidas pela unidade, ou seja,  Amorim tem um papel essencial na garantia dos direitos da população e ajudando a levar a Justiça às vítimas da criminalidade. A DT atende as áreas do Subúrbio Ferroviário como Periperi, Paripe, Coutos, Ilha Amarela, Vista Alegre, Praia Grande, Alto da Terezinha, Alto do Cruzeiro, Rio Sena, São Tomé, além da Ilha de Maré.

Há cinco anos na corporação, Amorim, que é baiano, negro e com apenas 32 anos, já atuou nas delegacias de Tancredo Neves e Pituba, em Salvador, e Vera Cruz, na Ilha de Itaparica, na Bahia. Esta última, segundo o delegado, durante entrevista ao Radar da Bahia, foi onde desempenhou a principal investigação, o naufrágio da Lancha Cavalo Marinho I, que vitimou 19 pessoas e deixou 80 feridas em 2017, na Baía de Todos os Santos.

“O acidente ocorreu há menos de um ano, após me tornar delegado, mas durante toda a investigação consegui desempenhar minha missão com determinação, segurança e altivez”, ressaltou.  

Por esse perfil mais humanizado, Amorim decidiu, a partir das demandas recebidas no ambiente de trabalho, abordar os principais assuntos como racismo, homofobia, violência doméstica, entre outros, em sua rede social, e com isso, alertar toda a população sobre como se comportar e agir em determinadas situações.

Papel importante na sociedade, a Polícia Civil, através dos delegados, investigadores e escrivães, é responsável por apurar e esclarecer os casos. Com isso, o delegado Ricardo Amorim preza pela conscientização, parceria e acima de tudo o respeito com a população, que deve ser uma prioridade durante o exercício da profissão.

O delegado ainda falou da receptividade ao entrar na corporação, por ser um homem negro e jovem, e como a sociedade o recebeu, além do sentimento de desempenhar um papel de destaque dentro da estrutura do Estado Democrático de Direito.

“Me fizeram entender a importância da representatividade e o efeito que isso causa nas pessoas e em especial nas crianças, que conseguem sonhar mais alto e entender que são capazes e merecedores de tudo”, disse.

Confira a entrevista na íntegra:

Radar da Bahia – Quando iniciou na polícia, como nasceu essa vontade de se tornar um agente de segurança, e seguir a carreira de delegado?

Ricardo Amorim – Entrei na Polícia em 2016, mas o sonho de ser Delegado de Polícia (DPC), foi iniciado durante a Faculdade de Direito. Sempre tive vontade de fazer um trabalho diferente, fazer Justiça e poder ajudar as pessoas mais humildes e vi na Polícia um caminho pra dar minha contribuição na sociedade.

Radar da Bahia – Não podemos deixar de comentar, o senhor sendo negro, em um cargo de destaque dentro da corporação, como foi sua entrada e a recepção dos colegas, além da sociedade civil?

Ricardo Amorim  – Desde o início da minha trajetória na Polícia Civil da Bahia, sempre fui muito bem recepcionado por todos os colegas Delegados, Investigadores e Escrivães de Polícia, com quem convivi. Encontrei muitos profissionais comprometidos e dispostos a ensinar e ajudar o nosso projeto de fazer uma Polícia cada vez melhor e mais efetiva. Mas foi com a população, durante os atendimentos, entrevistas e operações que percebi por inúmeras vezes um carinho especial e um orgulho vindo de pessoas que sequer me conheciam, mas se sentiam realizadas ao verem um jovem negro em um cargo tão importante como o de Delegado de Polícia. Me fizeram entender a importância da representatividade e o efeito que isso causa nas pessoas e em especial nas crianças que conseguem sonhar mais alto e entender que são capazes e merecedores de tudo.

Radar da Bahia – O senhor tem uma rede social na qual busca interagir com os internautas sobre questões importantes como machismo, racismo, violência doméstica, homofobia, o que motivou essa postura de gerador de conteúdo?

Ricardo Amorim – Durante o trabalho em Delegacia, comecei a perceber que as pessoas carecem de informação e muitas vezes não sabem onde buscar. Após o início da pandemia decidi fazer também nas redes sociais, o que já vinha realizando durante os atendimentos na Delegacia: conscientizar, orientar e buscar uma maior aproximação com a sociedade, mostrando uma visão mais humana do profissional policial junto à população, o que além de colaborar com quem recebe tal conteúdo, me ajuda a obter mais conhecimento mediante a interação constante com muitos seguidores que mandam mensagens e muitas vezes compartilham suas experiências de vida e seus pontos de vista sobre assuntos dos mais diversos.

Radar da Bahia – O principal marco da sua carreira, mesmo jovem, foi o responsável pelas investigações da tragédia do acidente da Lancha Cavalo Marinho I, com 19 mortes, qual foi o principal desafio?

Ricardo Amorim – Sem dúvida, a investigação do naufrágio da Lancha Cavalo Marinho I, foi um dos maiores desafios da minha carreira até aqui. O acidente ocorreu menos de um ano após me tornar Delegado, mas durante toda a investigação consegui desempenhar minha missão com determinação, segurança e altivez. Em virtude da alta complexidade do caso, o fator emocional, a comoção que o acidente causou em toda a população da ilha e na sociedade baiana, todo o Inquérito foi conduzido com extremo cuidado e atenção e felizmente foi possível concluí-lo de forma satisfatória e com muita qualidade investigativa. Como todas as dificuldades e turbulências da vida, o episódio foi extremamente importante para meu crescimento pessoal e profissional.

Radar da Bahia – Após passagem pela delegacias de Tancredo Neves, Pituba, Vera Cruz, agora assumiu o mais recente desafio de volta à capital baiana, a 5ª DT que atende as áreas do Subúrbio Ferroviário, além da Ilha de Maré, uma área extensa e que demanda muito trabalho e atenção, quais os principais requisitos para um trabalho eficiente?

Ricardo Amorim – Cada unidade que passei até aqui, me trouxe aprendizados para desempenhar cada dia melhor a Missão que eu decidi abraçar pra minha vida. Vejo a minha recente nomeação para ser Delegado Titular da Delegacia de Periperi, uma unidade tão importante e por onde passaram grandes nomes da história da polícia, como um presente, uma honra e ao mesmo tempo um desafio pelo qual tenho certeza que conseguirei vencer ao final dessa nova jornada. Para um trabalho eficiente é preciso ter amor pelo que se faz, empatia com as pessoas que buscam ajuda da Polícia, estudo, dedicação e resiliência diária para se manter sempre motivado a fazer o melhor trabalho possível desde os casos mais simples e corriqueiros até as investigações mais complexas e delicadas da unidade. Todo trabalho é importante.

Radar da Bahia – Qual a motivação que transmite a sua equipe de trabalho para manter a ordem pública e segurança interna, percebemos que o senhor realiza um trabalho humanizado, sempre preservando a relação entre a comunidade e a polícia, como o senhor percebe a importância desta interação, até mesmo para desmitificar esse desconforto que existe sobre o binômio Polícia-Sociedade?

Ricardo Amorim – Em toda unidade em que trabalho busco conscientizar as equipes, demonstrando o quanto a atividade da Polícia Civil é importante e essencial para sociedade e o quanto pequenos atos podem se tornar tão marcantes para pessoas que muitas vezes nunca tiveram oportunidades na vida. O que pra nós pode ser visto como um problema banal muitas vezes é a situação mais importante da vida de uma pessoa. A aproximação e o respeito com a população devem ser uma prioridade no trabalho da polícia, e os cidadãos precisam enxergar na polícia, uma entidade parceira, com quem podem contar e se sentirem acolhidos. Mas acredito que toda essa postura de doação, dedicação e respeito perante a população além de ser praticada pelos policiais, deve se iniciar com o Delegado de Polícia, gestor e líder da equipe, pois “a palavra convence, mas o exemplo arrasta”.

Texto: Evana Marmo

Jacson Gonçalves

Tenho 25 anos sou natural de Salvador, Bahia. Sou cadeirante, jornalista, Blogueiro e Digital influencer. Ser jornalista é também contribuir com o exercício da profissão e ter na veia a responsabilidade social de levar informação e entretenimento.

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