A campanha Novembro Azul segue reforçando a importância do cuidado integral com a saúde masculina, derrubando tabus e incentivando o diagnóstico precoce de doenças que afetam os homens. Embora o foco principal seja o câncer de próstata, a iniciativa também levanta discussões sobre o autocuidado e a necessidade de olhar para a saúde reprodutiva, tema ainda pouco abordado quando se fala em prevenção e bem-estar masculino.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de próstata é o mais incidente entre os homens no Brasil, com uma taxa de 67,86 diagnósticos a cada 100 mil. Estima-se que, apenas em 2025, mais de 72 mil novos casos sejam registrados. Diante desses números, o Novembro Azul vai além da conscientização sobre exames preventivos — ele se torna um movimento pela valorização da saúde em todas as etapas da vida.
O tratamento oncológico, por exemplo, pode comprometer a fertilidade masculina. A quimioterapia e a radioterapia interferem na produção de espermatozoides e podem causar danos genéticos, enquanto a cirurgia de retirada da próstata pode afetar a ejaculação. Nesse contexto, o congelamento de espermatozoides antes do início do tratamento é uma alternativa essencial para preservar o sonho da paternidade. “A criopreservação é uma estratégia fundamental para homens que precisam iniciar tratamentos contra o câncer. Ao congelar os espermatozoides antes da quimioterapia ou radioterapia, eles preservam a chance de realizar o sonho da paternidade no futuro, sem comprometer a eficácia do tratamento”, destaca a médica especialista em reprodução assistida do IVI Salvador, Dra. Graziele Reis.
O sêmen congelado mantém suas características e pode ser utilizado anos depois, em técnicas como Fertilização In Vitro ou injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI), inclusive em uniões homoafetivas com óvulo doado e barriga solidária. A recomendação reforça que cuidar da saúde não é apenas prevenir doenças, mas também planejar o futuro com qualidade de vida.
Mais do que uma campanha, o Novembro Azul é um convite à reflexão. Buscar o médico regularmente, quebrar tabus e agir preventivamente são atitudes que salvam vidas e preservam histórias.


