A prefeitura anunciou que fechará as matriculas da Educação de Jovens e Adultos (EJA) em mais de 45 escolas, de um total de 122. A medida desconsidera a realidade de Salvador, tendo em vista que, em muitos bairros, pessoas que moram em determinadas ruas não podem frequentar as outras em razão do crime organizado e da falta de uma infraestrutura de segurança e transporte.
O vereador Augusto Vasconcelos (PCdoB), que tem atuado incansavelmente pela educação na capital baiana, participou ainda no mês de dezembro de 2021 de um protesto cobrando ao secretário Municipal de Educação, Marcelo Oliveira esclarecimentos a respeito do fechamento de turnos e turmas destinado ao EJA.
_“Fechar a educação de jovens e adultos revela o descompromisso da gestão municipal com a educação. Já cobramos diversas vezes reunião com o secretário que recebeu hoje o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB-BA), mas não se comprometeu em revisar o fechamento da EJA. Vamos seguir cobrando medidas para garantir que Salvador não figure entre as capitais com maior índice de analfabetismo funcional”_, disse o parlamentar.
Apesar da luta das comunidades junto às instituições de ensino, que tem a modalidade de ensino EJA, a Secretaria de Educação, já transferiu a matrícula desses alunos para as escolas polos, sendo mais um fato de violência institucional, de tal maneira que o aluno não tem direito ao diálogo ou escolha. É simplesmente realocado sem nenhum parecer.
_“A EJA é exatamente a porta de entrada para esta parcela da população, especialmente a mais pobre, para que possam continuar os seus estudos, inclusive muitas pessoas idosas são alfabetizadas a partir desse importante instrumento pedagógico, que é a Educação de Jovens e Adultos”_, pontuou Augusto.
Estima-se que quase um milhão de pessoas na cidade sejam consideradas analfabetas funcionais. A educação de jovens e adultos visa corrigir a distorção, idade e série, sabendo que muitos não tiveram a oportunidade de concluir seus estudos na idade regular, em razão da pobreza extrema, da necessidade de trabalhar e da falta de condições de acesso à educação.