Estudo apresentado na ASCO 2025 comprova que prática regular de atividade física aumenta sobrevida e diminui recidiva em pacientes oncológicos
Um estudo internacional apresentado na ASCO 2025 e publicado no New England Journal of Medicine revelou que pacientes com câncer de cólon que adotaram um programa estruturado de atividade física após o tratamento tiveram 28% menos chance de recidiva e 37% menor risco de morte. Realizado em 55 centros de seis países, o estudo CHALLENGE acompanhou 889 pacientes por cerca de oito anos, demonstrando que caminhadas rápidas de 45 minutos, quatro vezes por semana, com orientação profissional, podem salvar vidas.
A pesquisa ganhou destaque na imprensa internacional e no principal congresso mundial de oncologia. Para a oncologista Luciana Landeiro, diretora do programa de survivorship do grupo Oncoclínicas, os resultados reforçam a importância de incorporar o exercício físico como parte essencial do cuidado no pós-tratamento. “Estamos diante de evidência científica robusta. Essa prática simples e segura deve ser incluída nos planos de cuidado”, afirma.

Além da melhora na sobrevida, os pacientes relataram evolução na função física e bem-estar geral, mostrando que o apoio contínuo e metas claras são determinantes para a adesão e sucesso do autocuidado. Segundo os autores, o exercício deixa de ser um coadjuvante e passa a ser encarado como uma intervenção terapêutica com efeito direto nos mecanismos que reduzem a chance de o câncer voltar.
No Brasil, o câncer colorretal é o segundo mais comum entre homens e mulheres, com previsão de 45.630 novos casos em 2025, segundo o INCA. Na Bahia, são esperados 1.940 novos diagnósticos neste ano. Diante desse cenário, Luciana defende que o SUS incorpore estratégias como a atividade física supervisionada no pós-tratamento. “É uma oportunidade concreta de transformar o cuidado e ampliar a sobrevida dos pacientes.”
A proposta do survivorship inclui apoio físico, emocional, social e financeiro aos sobreviventes do câncer, mesmo após o fim do tratamento. O estudo CHALLENGE inaugura uma nova fase nesse cuidado: mais ativa, preventiva e centrada na qualidade de vida e longevidade dos pacientes.
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