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Enfermeiros(as) salvam vidas e cuidam de nós

 A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou 2020 o ano internacional de profissionais de enfermagem e obstetrícia. Em todo o mundo, parteiras e enfermeiras desempenham um papel vital na assistência médica e, é quando algo não está 100% dentro da normalidade, que o trabalho deles é ainda mais essencial. 
Para exemplificar, no Brasil a cada 650 crianças 1 nasce com fissura labiopalatina e, embora essa anomalia possa ser detectada ainda na gestação, muitas mães só descobrem na hora do parto. E aí o papel da enfermagem e obstetrícia é fundamental. 
Nesse exemplo, os enfermeiros são geralmente os primeiros profissionais de saúde que podem oferecer suporte para salvar vidas, orientando famílias sobre estratégias de alimentação e também minimizando medos e ansiedades que podem acompanhar o nascimento desse bebê.
Para as equipes cirúrgicas, os enfermeiros são essenciais para fornecer a melhor e mais segura qualidade de atendimento aos enfermos. Normalmente são eles os primeiros a interagir com os pacientes, registrando seus sinais vitais, peso e alergias. 
No centro cirúrgico, os enfermeiros preenchem a lista de verificação da sala de cirurgia com  toda a equipe, garantindo que todos estejam preparados e sincronizados. Após a cirurgia, ao monitorar de perto a recuperação dos pacientes, os enfermeiros estão em melhor posição para observar mudanças precoces na condição do paciente, que possam indicar complicações e assim, responder rapidamente com as providências necessárias. São os enfermeiros também, que orientam as famílias sobre os cuidados pós-operatórios e os tratamentos subsequentes de que a pessoa possa precisar.
Alessandra Castione, enfermeira, conta que descobriu a fissura labiopalatina de Bernardo, seu filho, na hora do parto e que este foi um dos momentos em que ela precisou deixar o seu papel enfermeira de lado para que as emoções não a influenciassem durante a jornada do tratamento. 
“Tenho orgulho da minha profissão, que me permite cuidar do meu filho com uma atenção especial. Algumas vezes é até reconfortante e me dá certa segurança ter o conhecimento que a profissão proporciona, para exercer esse papel dentro de casa. Mas, também é preciso saber ser “apenas” mãe e deixar que outros profissionais assumam seus papéis, quando necessário.”
A triste realidade
Apesar da importância de seu papel na prestação de cuidados de saúde de alta qualidade, os enfermeiros muitas vezes são subestimados e mal remunerados. Em grande parte, isso está ligado à desigualdade de gênero – embora a enfermagem não seja uma profissão exclusivamente feminina, a grande maioria dos profissionais é mulher e, embora compreenda mais de 75% da força de trabalho social e em saúde, a enfermagem detém menos de 25% das posições de liderança nos sistemas de saúde. Em um estudo de 2019 sobre liderança de enfermeiros da IntraHealth International, NursingNow e Johnson & Johnson, os pesquisadores descobriram que os enfermeiros encontram muitas barreiras sociais, culturais, estruturais, políticas e pessoais que impedem seu caminho para posições de liderança. Essa terrível escassez de enfermeiros treinados em todo o mundo, bem como a falta crônica de reconhecimento das enfermeiras que trabalham na linha de frente da assistência, são uma ameaça para os sistemas de saúde em todo o mundo.
Iniciativa e incentivo
Reconhecendo que os enfermeiros são essenciais nos tratamentos, tanto cirúrgico quanto na cobertura universal de saúde, a Smile Train – organização filantrópica internacional líder no tratamento de fissura labiopalatina – desenvolveu o Workshop “Cuidados de Enfermagem Seguros Salvam Vidas”, um curso de treinamento que capacita profissionais de enfermagem com habilidades essenciais para administrar cuidados com crianças submetidas à cirurgia de fissura labiopalatina. As habilidades que os enfermeiros aprendem nessas aulas beneficiam todos os pacientes que necessitam de tratamento cirúrgico, aumentando a capacidade dos profissionais de saúde em todo o mundo.
 
“Vivemos um momento apavorante com a pandemia. Para quem trabalha na linha de frente do combate ao novo corona vírus mais ainda. Entender os riscos, saber se cuidar e cuidar dos outros e, muitas vezes até se afastar dos que você ama para a segurança deles, é vital. A enfermagem é a arte do cuidar com os sentidos. Conseguimos ter uma escuta ativa e com empatia tentamos descobrir sentimentos além daquilo que estamos vendo. É muito gratificante ver o um paciente trocar o semblante de dor por um sorriso, quando você faz um simples gesto de cuidar com carinho”, conta Alessandra Castione, enfermeira. 
 

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