
Jamaica Araújo, da Clínica Espaço Kids, defende visibilidade e respeito à neurodiversidade como formas de construir uma sociedade mais justa
Comemorado em 18 de junho, o Dia do Orgulho Autista convida a sociedade a enxergar o Transtorno do Espectro Autista (TEA) para além do diagnóstico, reconhecendo o autismo como uma expressão legítima da diversidade humana. Para a fisioterapeuta Jamaica Araújo, fundadora da Clínica Espaço Kids, a data representa a valorização das diferenças e o combate aos estigmas que ainda cercam a condição. “Não se trata de corrigir, mas de acolher. Ser autista é apenas uma forma diferente de estar no mundo”, afirma.
A iniciativa nasceu em 2005 e tem caráter político e identitário, em contraponto à visão puramente médica. A defesa da neurodiversidade, conceito que inclui o autismo, o TDAH, a dislexia e outras condições, propõe que as diferenças cognitivas devem ser respeitadas e não tratadas como desvios. Segundo Jamaica, isso exige repensar práticas sociais, educativas e terapêuticas.
Na prática, esse respeito também passa pelo combate ao capacitismo, que desvaloriza pessoas com deficiência. Jamaica destaca a importância de ouvir e dar espaço para que autistas falem por si. Na Clínica Espaço Kids, a abordagem interdisciplinar garante que o atendimento às crianças preserve suas identidades e respeite seus ritmos, com apoio também às famílias.