
O Dia Mundial de Conscientização sobre a Doença Celíaca, celebrado nesta quinta-feira, reforça a importância de levar informação de qualidade sobre essa condição autoimune que afeta aproximadamente 2 milhões de brasileiros, segundo a Federação Internacional das Associações de Celíacos. Apesar do crescente interesse pelo tema, o desconhecimento ainda predomina e acaba levando muitas pessoas a adotar dietas sem glúten sem real necessidade, o que pode prejudicar a saúde.
A nutricionista funcional Carolina Dias, fundadora da CD Clinique, explica que a doença celíaca é uma condição grave, em que o consumo de glúten provoca uma reação imunológica agressiva, causando inflamação e danos no intestino delgado, comprometendo a absorção de nutrientes. Ela destaca que o problema muitas vezes é silencioso, o que dificulta o diagnóstico precoce e reforça a importância de exames laboratoriais adequados.
Estudos recentes reforçam que, embora os sintomas clássicos como diarreia, dor abdominal e perda de peso sejam comuns, há casos em que a doença se manifesta de forma leve ou assintomática, exigindo atenção redobrada em pessoas com predisposição genética ou histórico familiar de doenças autoimunes. Por isso, o acompanhamento profissional é indispensável antes de qualquer restrição alimentar.
Apesar do alarde em torno do glúten, Carolina afirma que ele não representa um vilão para a maioria da população e não deve ser eliminado da dieta sem indicação médica. Ao cortar o glúten por conta própria, há o risco de prejudicar a ingestão de fibras e nutrientes importantes, além de mascarar possíveis diagnósticos de doenças celíacas ao gerar resultados inconclusivos nos exames.
A nutricionista ressalta que conscientização é o melhor caminho para evitar mitos e cuidados desnecessários com a alimentação, defendendo uma abordagem personalizada e baseada em evidências. Dietas restritivas sem orientação adequada podem comprometer a saúde e, no caso do glúten, só devem ser adotadas por pessoas com diagnóstico confirmado de doença celíaca, alergia ao trigo ou sensibilidade não celíaca.
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