O cantor e compositor Chico Flores lança seu 2º álbum completamente autoral intitulado “Tupi Negro”, no dia 1º de outubro, onde faz uma revisitação crítica ao processo de colonização do Brasil e exalta a herança e tradição dos povos originários: indígenas e afro-brasileiros. O álbum, que conta com 10 faixas, traz uma mistura de influências rítmicas como samba, bossa-nova, ijexá, funk, blues, jazz, rock’n roll, e guitarrada paraense, que horas trazem um ritmo mais dançante e em outros momentos transmitem uma sonoridade mais melódica. Em suas letras Chico questiona de forma enfática e poética padrões socioculturais e critica a desigualdade social, o racismo, o familismo, a intolerância religiosa e a homofobia. “É um álbum que traz questionamentos sobre as raízes e rotas que construíram nossa sociedade e que também se relacionam comigo de forma pessoal. Na vivência que tive e na forma como me apresento ao mundo”, revela o cantor. O álbum estará disponível a partir do dia 1º de outubro nas plataformas de streaming de música.
Foto divulgação |
Nas músicas “Pindorama Violada” e “Tupi Negro”, que dá nome ao álbum, Chico Flores faz uma releitura ácida sobre a história do “Descobrimento do Brasil” e revela o legado de dor, violência e morte que permanecem até hoje representados na formação social e urbana da Bahia, e mais especificamente, na cidade de Salvador. O álbum conta ainda com a participação das Ganhadeiras de Itapuã em duas canções: “Rapsódia tropical”, música inspirada no poema ‘Os homens ocos’ de Thomas Stearns Eliot, e “Amazônia em vertigem”, música instrumental que traz referências da dança da chuva dos índios ianomâmis com um coro a Oxóssi e Ogum entoado pelas Ganhadeiras, em uma saudação à cultura do povo indígena e preto que tem grande conexão com as matas e a natureza, trazendo também uma reflexão sobre a preservação ambiental.
Outro destaque do álbum, “Madame Satã”, é uma canção de inspiração autobiográfica e também baseada na história de João Francisco dos Santos, transformista, negro, gay, que migrou de Pernambuco para o Rio de Janeiro na década de 20 , tornando-se o principal malandro do bairro da Lapa. A música destaca o movimento de diáspora gay que muitas pessoas são forçadas a fazer para fugir da discriminação da própria família, principalmente em cidades do interior.
Chico Flores resume sua obra em Tupi Negro como um grito para romper com as amarras sociais que são convencionadas como “normais” e que formam parte da identidade cultural brasileira a partir de uma herança histórica de dominação europeia. “É um clamor pela liberdade de ser quem se é, de resgate a nossa cultura ancestral e de reflexão sobre os preconceitos e desigualdades que nos cercam”, destaca o cantor.
SERVIÇO
Lançamento do álbum Tupi Negro de Chico Flores
01 de outubro nas plataformas de streaming
Spotify: Chico Flores
Instagram: @floresdochico
Youtube: www.youtube.com/
SOBRE CHICO FLORES
Nascido Emanuel Francisco Pereira da Silva, em Nova Floresta na Paraíba, foi criado até os 15 anos em Jaçanã, no Rio Grande do Norte. Dos 15 aos 26 viveu em João Pessoa, mas foi ao chegar na capital baiana há 17 anos atrás, que adotou o nome artístico Chico Flores e decidiu fincar morada. Psicólogo de formação e professor universitário, Chico sempre teve afinidade com música e poesia, desde a infância. O pai era colecionador de discos e boêmio, dessa forma, cresceu ouvindo “Novos Baianos”, “Nelson Gonçalves”, “Orlando Silva” e “Inezita Barroso”. Na escola participou de uma banda, tocando tarol, um instrumento de percussão. Chico também tinha muito interesse e bebeu de fontes como o cinema novo de Glauber Rocha, o movimento da Tropicália e os chamados MALDITOS DA MPB – Sérgio Sampaio, Jards Macalé e Itamar Assumpção.