Dizem que no mundo político vale de tudo! Mas será que vale mesmo?
Na tarde de hoje, em meios às vésperas das eleições para a prefeitura da cidade do Rio de Janeiro, foi veiculado uma matéria com o seguinte título “Parente de traficante foi sócia de empresa de vice de Martha Rocha”, obviamente que para os mais afoitos e opositores de uma das duplas ao cargo administrativo essa seria uma das possibilidade de criar uma comoção contra tal candidatura.
Entretanto, convido a todas e todos a ater os olhos e reflexões sobre o título da matéria e a proposta que existe por detrás da mesma. Ao lermos o título,poríamos facilmente cair no ledo engano de um envolvimento ilícito do vide candidato de Marta Rocha, Anderson Quack.
Porém o que está por trás do conteúdo veiculado e a sortida tentativa de relacionar a população de favela à criminalidade e macular a imagem de um homem preto, que vem se despontando dentro do cenário político carioca. A matéria demonstra um grande desrespeito a ética jornalística e reproduz o preconceito contra moradores de favela, que em sua ou quase totalidade são pretos e levam uma vida honesta, mesmo ameaçados pelo crime e desamparados pelo poder público – justamente uma realidade que queremos mudar. Não posso deixar de mencionar, que ao ler a matéria rememorei o ano de 1996, na ocasião eu era vice candidato à prefeitura do Rio de Janeiro, quando foi veiculado uma nota com título “O vice que assusta”, em que trazia uma narrativa com teor extremamente racista contra a minha candidatura pelo fato de, na época, eu ser rastafári e morador de comunidade!
O caso de Anderson Quack é um dos descortinamento da elite brasileira que se incOmoda com a possibilidade de ver homens negros e mulheres negras fazendo política e ocupando os espaços de poder dentro das estruturas racista que a todo momento busca nos delegar lugares de subalternidade e marginalização social. Urge o momento da sociedade brasileira desconstruir e abandonar os velhos traquejos políticos baseados em difamações e tentativas de linchamentos públicos. Nós homens e mulheres negras estaremos SIM os espaços de poder.