A tradicional renda de bilro de Saubara recebeu o selo de Indicação Geográfica (IG), concedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), tornando-se a primeira IG artesanal da Bahia. O reconhecimento, publicado no último dia 12 de agosto na Revista da Propriedade Industrial (RPI nº 2849), valoriza não apenas a técnica artesanal transmitida de geração em geração, mas também a identidade cultural e o trabalho das rendeiras locais.
Mais do que preservar a tradição, a conquista abre espaço para o fortalecimento econômico da comunidade. A IG assegura autenticidade, amplia a visibilidade internacional, impulsiona o turismo e cria novas oportunidades de comercialização. Para artesãs como a mestra Maria do Carmo Amorim, quarta geração de uma família de rendeiras, o marco representa mudança de vida: “Esperamos muito tempo por isso. Agora, o nosso trabalho sai do anonimato e ganha ainda mais força para transformar as nossas vidas”, disse emocionada.
Segundo Lívia Gabrielli, representante da Coordenação de Fomento ao Artesanato da Bahia (CFA), a certificação consolida políticas públicas voltadas ao setor: “As IGs valorizam a origem, preservam tradições e geram renda para o artesão, combatendo falsificações e elevando a qualidade”. Já para Waleska da Costa, coordenadora do Fórum Baiano de Indicações Geográficas e Marcas Coletivas, trata-se de um exemplo de desenvolvimento sustentável que alia identidade cultural e impacto social.
Produzida manualmente com bilros de madeira, almofadas recheadas de folhas de bananeira e guias de papel, a renda de Saubara já havia alcançado reconhecimento internacional. Agora, com a IG, consolida-se como patrimônio cultural e motor de identidade baiana, fortalecendo a posição da Bahia no mapa das Indicações Geográficas do Brasil.



