O Portal Jack Comunica não se responsabiliza pelos conteúdos publicados pelos nossos colunistas.

82 anos da morte de Lampião e Maria Bonita

Há 82 anos, Virgulino Ferreira da Silva, mais conhecido como Lampião, e sua mulher, Maria Déa, apelidada como Maria bonita, eram decapitados no sertão sergipano. Esse importante fato tem relação direta com o surgimento do cangaço e com problemas políticos e socioambientais da época. O historiador e professor da UNINASSAU – Centro Universitário Maurício de Nassau Salvador, Júlio César Teixeira, explica a importância desse contexto histórico para a cultura nordestina.
 
Os primeiros bandos armados independentes do controle de fazendeiros foram formados nos últimos anos do Império, depois da grande seca (1877-1879), fenômeno que ocasionou a morte de mais de 400 mil pessoas e migração de milhares de nordestinos para outras regiões do país. “Neste período, houve um aumento significativo da miséria e da violência. Muito embora as primeiras manifestações de banditismo ocorreram por volta de 1870, com Cabeleira, e perduraram até 1940”, disse o historiador.
 
Foto divulgação
O movimento do cangaço é caracterizado por muitos historiadores como banditismo social. “Essa manifestação sempre teve uma causa, fosse a seca ou as brigas por terras e gados, mas que, em todo seu contexto, imperou a desigualdade social e a ausência do estado ou até mesmo de uma polícia”, explicou Júlio.
 
Figura de destaque, conhecido com rei do cangaço, o pernambucano Lampião e seu bando, incluindo Maria Bonita, sua cúmplice, saquearam fazendas e extorquiam comerciantes. Foi justiceiro para uns e impiedoso para outros. “Em Lampião, os sertanejos encontravam proteção e certo prestígio, poderia falar de igual para igual com seus antigos opressores, resolver pendências, vingar honras, ultrajar e fazer justiça à sua moda. A política interna do país era caracterizada e voltada para a disputa de oligarquias pelo poder”, enfatizou.
 
O bandido mais procurado da época, Lampião, e seu bando foram mortos em 1938, na Grota do Angico, em Sergipe, por tropas liderada por João Bezerra da Silva, em 28 de julho. O episódio ficou conhecido por “Massacre de Angico”. Esse fato, segundo o historiador, foi destaque durante 11 dias nos jornais da época, até com visibilidade internacional, no Jornal The New York Times.
Jacson Gonçalves

Tenho 25 anos sou natural de Salvador, Bahia. Sou cadeirante, jornalista, Blogueiro e Digital influencer. Ser jornalista é também contribuir com o exercício da profissão e ter na veia a responsabilidade social de levar informação e entretenimento.

Compartilhe

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *