O Portal Jack Comunica não se responsabiliza pelos conteúdos publicados pelos nossos colunistas.

Zapnovelas reflete sobre divisão do trabalho doméstico, violência e auto-organização das mulheres rurais

Uma iniciativa simples tem contribuído com a reflexão e mobilização de grupos de mulheres rurais durante a pandemia: os Zapnovelas. Produzidos e divulgados por um conjunto de organizações que estão à frente da Campanha pela Divisão Justa do Trabalho Doméstico, os episódios têm provocado homens e mulheres a repensar seus hábitos e papéis dentro de casa e nas comunidades em que vivem.
A Campanha Pela Divisão Justa do Trabalho Doméstico é uma iniciativa da Rede Feminismo e Agroecologia do Nordeste, em parceria com a Articulação Nacional de Agroecologia, Articulação do Semiárido Brasileiro, Articulação Brasileira de Agroecologia, Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e Governo do Estado, por meio do  projeto Pró-Semiárido, da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), empresa vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), cofinanciado pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida).
Foto divulgação
Os Zapnovelas, em formato de áudio, são compartilhadas em grupos de WhatsApp e disponibilizadas na página da Campanha no Facebook (https://www.facebook.com/peladivisaojustadotrabalhodomestico). Os cinco episódios com os títulos: O movimento da virada; Agora chega; Reconhecendo a mulher no mercado de trabalho; Divisão dos trabalhos domésticos e na criação dos filhos e A mulher politizada, tratam sobre questões importantes, à exemplo de como a auto-organização fortalece as mulheres e contribui na divisão do trabalho doméstico; empoderamento feminino; e violência doméstica.
“Esse Zapnovela mostra a realidade da mulher. Ela que além de ser dona de casa, cuida da roça, cuida dos filhos para irem para a escola, muitas vezes é funcionária pública e participa das reuniões de comunidade, além da frequência na igreja. Levanta bem cedo para cuidar do café da família e dorme um pouco mais tarde para deixar a cozinha arrumada. Essa é a realidade”, afirmou a agricultora Raulina da Silva Santa, da comunidade de Macaúbas, município de Miguel Calmon.
Foto divulgação
A jovem Greice Hellen Souza, moradora da Comunidade de Riacho, no município de Mirangaba, relata que o Zapnovela traz experiências parecidas com a realidade: “Nossa realidade de lutas, conquistas e resistências. A fala dessas mulheres afirma a importância da organização dentro das comunidades, fortalecendo o vínculo das mesmas, empoderando, e dando total apoio umas para as outras. Vamos fazer o mesmo. Cada vez mais se organizar, correr atrás dos sonhos e direitos e ver que tudo pode dar certo, basta ter força de vontade e viver uma vida de partilha de direitos, mas também de deveres e responsabilidades com quem convivemos”. 
Neste período de pandemia, a Campanha pela Divisão Justa do Trabalho Doméstico adotou o lema: Ficar em casa é uma questão de saúde, dividir as tarefas e viver sem violência também!, com o intuito de sensibilizar as pessoas a garantirem um ambiente doméstico livre de violência, nestes dias em que evitar sair de casa é imprescindível para conter a contaminação da Covid19.

Compartilhe

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *