Entregar-se ao presente é uma tarefa difícil. Para a psicóloga Beatriz Moura, a valorização de todas as ações do cotidiano é fundamento essencial. O simples ato de escutar, sem julgamentos ou intenções, é viver o presente. “É uma prática constante, um exercício de 24 horas, para estar presente no momento em sua totalidade”.
Mas a preocupação com o passado e futuro pode ser tão recorrente que afeta o cotidiano e a saúde mental das pessoas, podendo causar transtornos de ansiedade e até levar à depressão, explica Beatriz Moura, especializada em Terapia Cognitivo Comportamental.
Nesse isolamento social é preciso que a pessoa esteja focada no presente e com a certeza de suas ações, mas, para isso, controla constantemente seus pensamentos. Beatriz diz ser necessário deixar os pensamentos fluírem sem impedimentos pela mente: “só permitindo que surjam e aprendendo a lidar com o seu ‘vai e vem’ é o que permite nos concentrarmos no aqui e agora”.
A psicóloga reitera que não existe um manual a ser seguido para viver o presente. É um trabalho diário e também um esforço indispensável e necessário para assumir cada papel no momento correto: “Quando você está na rua é um pedestre, no seu trabalho é um funcionário. É preciso se concentrar em viver a ação correta no momento correto”.
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Segundo a psicóloga, viver o agora é estar em constante contato com a realidade de nossa existência. “É mais que necessário haver uma reconstrução, o reencontro com o EU de cada um”, afirma. É também sobre isso que cuidar de nossa saúde mental enquanto vivemos essa pandemia trata: o autoconhecimento; estar em contato com quem somos. Perceber a transitoriedade da vida e, como aconselha Beatriz Moura, “se deixar ser livre o suficiente para viver o momento presente na sua integralidade, diversidade e profundidade até sua finitude”.