A vereadora Marta Rodrigues (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Salvador, disse que a proposta de reformulação do CadÚnico pelo governo federal irá causar graves retrocessos na política de assistência social no país e descaracterizar as pesquisas de identificação de famílias em situação de vulnerabilidade socioeconômica do Brasil que são incluídas nos programas sociais e de transferência de renda.
“O que o governo federal propõe é o cadastro através apenas de um aplicativo online, no mesmos moldes do auxílio emergencial, no entanto, a tecnologia é uma questão secundária nesse processo, pois o que mais tem impacto social é a mediação por um assistente social ou técnico para entender as reais necessidades dessas pessoas e dessa forma realizar o encaminhamento”, disse.
Para Marta, a proposta do governo federal de acabar com a articulação federativa com os municípios vai sucatear os Centros de Referência de Assistência Social (Cras) em milhares de cidades brasileiras, inclusive na capital baiana, e subnotificar casos de quem realmente precisa dos auxílios. “O Cras é a principal porta de entrada da política de assistência social que tanto lutamos nos governos de Lula e Dilma. As equipes dos Cras têm papel importante, pois são elas que identificam diversas situações que ficam escondidas, como a violência doméstica contra mulheres, situações de extrema pobreza, dentre tantas outras”, declarou a vereadora.
Marta lembra, ainda, que existe uma petição para ser assinada pela população contra a alteração do CadÚnico. (https://peticaopopular.com.br/mobile/view.aspx?pi=BR87622)
“A proposta quer excluir qualquer papel do município e do entrevistador social no ato da entrevista do Cadastro Único. De sucatear uma rede de profissionais da área de saúde e assistência social. Um desmonte”, destacou.
A presidente da Comissão pontua, ainda, para os riscos de da falta de informações e acessos de muitas famílias ao aplicativo, como aconteceu no processo de cadastramento do auxílio emergencial.
“O CadÚnico é extremamente importante para diversos programas que não podem ser prejudicados. Não podemos retroceder dessa forma na política de assistência social no país”, pontuou.