Divulgação |
Dados de 2019 da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que o Brasil é o país com o maior número de pessoas ansiosas do mundo: 18,6 milhões de brasileiros, 9,3% da população, convivem com o transtorno.
Ansiedade é um estado de humor em que o indivíduo permanece apreensivo e preocupado com diversas situações da sua vida. Ela se difere do medo porque esse é uma resposta emocional diante de uma ameaça específica, geralmente mais agudo e reativo e proporcional à ameaça.
“A ansiedade pode acompanhar o indivíduo ao longo do dia como uma sensação constante de apreensão inespecífica e de desconforto, podendo ou não, estar associada a períodos de exacerbação, como por exemplo, nas crises de pânico. Estamos vivenciando uma ocasião em que a preocupação em relação a saúde é um fenômeno social, além de todas as incertezas. Nesse sentido, é frequente o relato de aumento da ansiedade”, revela a psiquiatra Kelly Pereira Robis, professora de Medicina da UFMG e PUC/Minas .
Todos os pensamentos e emoções relacionadas a ansiedade trazem mudanças na forma como deliberamos em relação a nossa própria alimentação. “O alimento, nestes casos, pode representar um instrumento de alívio rápido e fácil – ainda que momentâneo – da ansiedade”, complementa a psiquiatra. É descrito também que pessoas em estado de estresse apresentam uma busca aumentada de satisfações mais imediatas, com capacidade reduzida de avaliar as vantagens e desvantagens da decisão a longo prazo. Exemplo disso é, se formos a um supermercado de manhã após uma boa noite de sono, antes do trabalho, apresentamos uma chance menor de comprarmos alimentos calóricos do que se formos ao mesmo supermercado, após um dia estressante de trabalho.
Considerando que o comportamento alimentar disfuncional pode gerar um conjunto de prejuízos para a saúde e também uma grande frustração, algumas dicas podem ser úteis. Mas, a especialista alerta que se o sofrimento for persistente, a pessoa não deve ficar sozinho e buscar ajuda de um profissional.
- Armazenar alimentos mais calóricos em locais de difícil acesso;
- Armazenar nas regiões de fácil acesso da casa alimentos menos calóricos e mais saudáveis;
- Ao sentir necessidade de ingerir algum alimento, buscar identificar se alguma emoção desagradável está presente e se existe alguma tentativa de regulação dessa emoção por meio dos alimentos;
- Acolha a emoção e busque alternativas para regular a emoção é muito importante;
- Tome consciência que a emoção irá passar, faça alguma atividade que alivie o desconforto: como ouvir uma música ou respirar fundo;
- Avalie a necessidade de buscar ajuda de um profissional.